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Aprender brincadeiras de outros tempos através dos livros. Foi assim na Biblioteca Municipal de Alfândega da Fé num encontro com Isabel Mateus. A escritora esteve neste espaço cultural, a 14 de abril, a apresentar a sua obra “O Trigo dos Pardais”. Um livro que reúne em 22 contos brincadeiras próprias do meio rural transmontano. Um bom pretexto para falar de jogos e histórias de tempos idos, memórias da infância de Isabel Mateus, descritas em forma de conto no Trigo dos Pardais”. O livro está incluído, desde 2011, no plano nacional de leitura e até já conheceu uma tradução para mandarim.
Contos sobre o Jogo do pião ou o lencinho, despertaram a atenção dos alunos do 3º ano da eb1 e do pré-escolar de Alfândega da Fé e trouxeram recordações aos adultos presentes na sala. Houve mesmo tempo para brincar a estes jogos e lançar o desafio de dinamizar oficinas que permitam a sua aprendizagem. Este é também o objectivo de Isabel Mateus ao passar para a escrita memórias de um meio rural transmontano, já difícil de encontrar. Tal como refere no prefácio da obra Maria da Assunção Anes Morais: “O Trigo dos Pardais está recheado de histórias que nos possibilitarão guardar, através da escrita, aquilo que Trás-os-Montes e Alto Douro possui de mais original e genuíno: as suas raízes e os seus costumes”.
A promoção do património imaterial da região , a par da promoção do livro e da leitura são os principais objectivos que presidem à realização destas encontros com escritores. Nestas sessões, que já ganharam carácter regular, estimula-se a leitura, a escrita e dá-se a conhecer a obra e autores possibilitando um contacto direto com estes.
Assim foi no encontro com a escritora Isabel Mateus . Recorde-se que nasceu em Quintas do Corisco, Torre de Moncorvo, em 1969. Obteve o seu doutoramento em Hispanic Studies na Universidade de Birmingham, onde também ensinou língua portuguesa e literatura. Em seguida, conciliou o ensino do Português na Universidade de Liverpool com a escrita ficcional e a investigação.
De momento, dedica-se à escrita e é intérprete do City Council of Stoke-on-Trent, convivendo de perto com a realidade migratória portuguesa.
