Isabel Sá apresenta um conjunto de peças desenvolvidas com o uso de matérias primas regionais, com características culturais e significativas do ponto de vista territorial e social, além de utilitárias, estéticas e artísticas. Durante a quarentena montou o seu atelier em casa e ligou-se ao mundo, fez formação com artistas têxteis de vários países. O gosto pela natureza dos materiais e as suas possibilidades criativas, assim como o conhecimento das bases técnicas da lã, movem o seu sentido pedagógico na sensibilização das pessoas para a utilização das lãs e em simultâneo dos produtores na seleção genética dos animais, para o aumento da qualidade da mesma.
Frol de la Lhana - a flor da lã - o florir deste projeto que transforma a lã de ovelha Churra Galega Mirandesa e outras raças autóctones portuguesas em painéis e esculturas coloridas, tingidas também, com flora do território. A paisagem é o mote que enquadra toda a individualidade dos habitantes do reino vegetal e animal e de onde extrapolam um conjunto de relações simbióticas, que Isabel Sá pretende imperativamente conservar, inventariar e divulgar.
A sua relação com a lã evidencia o reconhecimento da sua importância e presença na memória colectiva das comunidades, imputa responsabilidade e acompanha a formação das suas peças, partindo da seleção do material até à sua conclusão. A escultura em feltro vem dar corpo e volumetria a este projeto bonito - “LHANA” -homenageando a língua oficial da origem da churra galega mirandesa, focado na preservação e sustentabilidade do potencial da fibra natural da lã e o uso de técnicas artesanais.
A exposição vai estar patente no Centro de Interpretação do Território a partir do dia 09 de maio até ao dia 11 de agosto. A inauguração da exposição será no dia 09 de maio, pelas 10h00, para o público em geral e contará com os alunos da Universidade Sénior de Alfândega da Fé. Durante a tarde irão decorrer oficinas com a artista para as turmas do Agrupamento de Escolas de Alfândega da Fé.