O CIT – Centro de Interpretação do Território de Sambade celebrou o seu 3º Aniversário com o arranque do projeto “O Teatro e as Serras”, vencedor do Orçamento Participativo de Portugal na área da cultura (região Norte). A estreia nacional do projeto foi feita num ambiente intimista, aproveitando os espaços característico do CIT para recriar as estórias que antigamente se contavam nos serões transmontanos. Um evento com casa cheia, no qual esteve presente João Ribeiro da Silva da Direção Regional de Cultura do Norte.
No dia 21 de novembro, a companhia de Teatro Filandorra apresentou o espectáculo “Contas Nordestinas, o Diabo veio ao Enterro”, uma adaptação ao palco de algumas páginas do livro “O Diabo veio ao Enterro” de A.M. Pires Cabral (1985), uma obra que retrata a vida do Nordeste de Portugal, onde os valores da ruralidade e muito em especial a linguagem e a literatura tradicionais mantêm uma réstia de vitalidade.
A ideia deste projeto surgiu em Alfândega da Fé, daí que tenha sido escolhida a localidade de Sambade, situada na Serra de Bornes, para a estreia nacional de um projeto que se vai estender aos territórios serranos do Gerês, Montesinho, Alvão e Marão. David Carvalho, da companhia de Teatro Filandorra, referiu que “o projeto vai percorrer cinco serras, como os cinco dedos de uma mão” para levar cultura e teatro às populações mais isoladas e rurais dos territórios serranos.
Neste dia foi ainda apresentado o livro CIT “Percorrer Sensações”, fruto do projeto “O Olhar do Pastor”, que contou com a colaboração de 42 pastores do concelho de Alfândega da Fé. Durante os últimos anos estas pessoas abriram as portas do seu mundo e, gentilmente, partilharam a sua maneira de estar e ser, a sua história e o património. “Uma devida homenagem”, nas palavras da Presidente da Câmara Municipal de Alfândega da Fé, pelo seu contributo para a diversidade e riqueza cultural da comunidade.
Este evento veio assim reafirmar a importância da promoção de iniciativas e dos espaços culturais nos territórios de baixa densidade, destacando as tradições e vivências populares, sendo que, quer o CIT quer o projeto “O Teatro e as Serras” são exemplo disso mesmo.